Vale a pena adiar o início da estação de monta se as vacas estão com escore corporal ruim?

Posted by Giro do Boi

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Lote de vacas nelore próximos ao cocho e sobre solo de chão batido.


Embora esta tenha sido a situação de muitos criadores em 2021 por conta dos dois anos seguidos de seca mais intensa e a consequente piora na condição dos pastos, a resposta é não

Neste artigo está explanada a relevância de se trabalhar mais com eficiência reprodutiva, a decisão (ou não) pelo adiamento da estação de monta e, por fim, a importância do uso de protocolos de IATF.

  • Eficiência reprodutiva
  • Adiamento da estação de monta
  • O aumento no uso de protocolos de IATF


Eficiência reprodutiva

Em entrevista ao Giro do Boi, o médico veterinário, mestre e doutor em zootecnia José Luiz Moraes Vasconcelos, o professor Zequinha, da Unesp de Botucatu, disse: “Foram dois anos consecutivos com pouca chuva, pouca reserva de forragem e, consequentemente, animais com menor escore de condição corporal. Esse ano é um ano de grande desafio na cria, já que a expectativa é que os resultados sejam inferiores aos tradicionais. Quem quiser ser produtivo, se prepare para trabalhar mais com eficiência reprodutiva”, alertou Zequinha.


Adiamento da estação de monta

Em relação ao possível adiamento do início dos trabalhos de reprodução, ele foi enfático: “Está aí algo que não se deve fazer. Se você adiar o início da estação de monta neste ano, nos anos subsequentes você vai ter que adiar também, porque não vai mais ter vaca parindo no cedo. Essa repercussão acontecerá nos próximos cinco anos e será negativa. Então, muito cuidado na decisão de atrasar o início da estação de monta. É melhor ter um resultado inferior esse ano do que inferior nos quatro anos subsequentes”, resumiu Zequinha.

O especialista deu um aconselhamento também aos “criadores de primeira viagem”, que estão começando a se dedicar à reprodução por conta da recente valorização dos bezerros. “Para os que estão iniciando, é saber que cria é médio prazo. Enquanto a engorda, por exemplo, é de 3 a 6 meses, na recria é de 6 a 12 meses e, na cria é de 18 a até 24 meses. Então não consegue fazer hoje e colher amanhã, vai fazer hoje e colher, entre aspas, daqui a dois anos. O fruto do seu trabalho de hoje, a colheita é daqui a dois anos”, frisou o professor da Unesp.


O aumento no uso de protocolos de IATF

O veterinário opinou sobre o aumento no uso de protocolos de IATF ao longo dos últimos anos. “É excelente! Uma tecnologia que permite inseminar a vaca em um momento predeterminado, é um excelente trabalho que vem sendo feito pelos produtores nacionais em termos de genética. Mais genética de melhor qualidade nos nossos animais por meio da maior utilização da técnica de IATF”, aprovou. 

Zequinha citou ainda que os recriadores e engordadores passaram a perceber com mais clareza o impacto do melhor valor genético dos animais para os seus sistemas de produção. “Eles estão vendo claramente que genética de melhor qualidade responde melhor dentro do processo de engorda”, confirmou.

E ponderou que o avanço do uso de genética melhoradora significa melhorias nutricionais para que os animais expressem todo o seu potencial. “Agora esses dois fatores ainda vão puxar o fator nutricional. Os melhores animais, devido à melhor genética, vão exigir melhor manejo nutricional para que tenham melhor expressão dessa genética. Então nós estamos entrando efetivamente, na nossa pecuária de cria, no ciclo virtuoso de alta produtividade”, projetou.

Esse é o ano da IATF. E de duas IATFs, porque os animais estão com menor escore e estão, entre aspas, piores. E, consequentemente, precisam mais da minha ajuda. Se for para deixar um recado final é: faça IATF, mas não faça apenas uma, não. Faça duas! É o ano de fazer mais IATFs porque, na realidade, você está ajudando a aumentar a proporção de animais gestantes e pensando no seu negócio nos próximos cinco anos. Não é apenas o número (resultado da estação) deste ano, mas nos próximos cinco anos”, concluiu professor Zequinha.


Fonte Giro do Boi

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