Vacinas obrigatórias, recomendadas e outros medicamentos – modo de fazer

Posted by Redação

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Homem aplicando vacina com pistola aplicadora em um bovino contido no brete

Que a aplicação de medicamentos em animais é importante, praticamente todos concordam, principalmente aqueles que acompanham o abate de seus animais e, eventualmente, perderam algum em decorrência de uma contaminação por cisticercose ou tuberculose, as duas principais zoonoses que acometem os bovinos. “Teria sido diferente se eu tivesse realizado a devida profilaxia?”, poderia pensar um desses produtores. Muitas vezes, é necessário mexer no bolso para podermos compreender a importância dessas práticas. Então, vamos lá!

Neste artigo discutiremos a importância da vacinação e alguns pontos de atenção:

  • Vacinas obrigatórias e recomendadas
  • Prevenir é melhor que remediar
  • Fatores que influenciam nos resultados da vacinação


Vacinas obrigatórias e recomendadas

Desde que o bezerro nasce, muitas são as vacinas e medicamentos que devemos aplicar para que esses animais cresçam saudáveis e se desenvolvam melhor. A começar pelas obrigatórias: brucelose (no caso das fêmeas, entre 3 e 8 meses de idade) e aftosa (geralmente em maio e novembro, a depender da defesa sanitária de cada estado), até as recomendadas, como clostridiose (entre 4 a 6 meses, com reforço 6 meses após a primeira dose), raiva (4 meses, com reforço anual nas regiões endêmicas), IBR/BVD e campilobacteriose (60 dias antes do início da monta) e os medicamentos para ectoparasitas (aplicados na época das águas) e endoparasitas (a partir da desmama, sempre que necessário).


Prevenir é melhor que remediar

À primeira vista, como já dito, pode parecer muita coisa a ser aplicada nos animais e um tremendo desperdício de dinheiro. Mas vocês já pararam para fazer as contas de quanto custa um animal morto ou subdesenvolvido em decorrência de alguma dessas doenças ou ainda vacas que abortam espontaneamente? Com toda a certeza, a prevenção é mais barata que a remediação. E um bom calendário vacinal não é a única ferramenta que previne todas essas enfermidades e, tão bom quanto saber quais vacinas e medicamentos aplicar, é o conhecimento de como proceder.

Pagar por uma vacina para posteriormente jogá-la na pia, apesar de parecer coisa de maluco, existe e acontece de duas formas diferentes. A primeira é literal: quando um produtor compra as vacinas obrigatórias e literalmente as joga fora, ele não só está colocando em risco o seu patrimônio (se constatado caso de aftosa em sua propriedade, por exemplo, todos os animais do rebanho deverão ser abatidos), como a saúde de outros animais e seres humanos. Portanto, essa pode ser considerada uma atitude criminosa. E a segunda forma de jogarmos um medicamento fora é quando o aplicamos indevidamente. Como assim? Explico:

Vacinas e medicamentos mal conservados, aplicação em local errado e/ou com o animal solto (em que o medicamento sai no lombo do animal) ou ainda com o animal muito estressado (e, com isso, a concentração de cortisol fica muito alta e esse hormônio pode interferir no aproveitamento dos medicamentos) são exemplos de estar jogando medicamento fora. E muitas vezes isso ocorre por puro desconhecimento do produtor, dos técnicos e dos vaqueiros. Igualmente comum é atribuir a ineficiência ou o baixo desempenho ao medicamento ou à empresa que o produziu. Pois bem, os medicamentos não fazem milagres.


Fatores que influenciam nos resultados da vacinação

Além de todos os atributos que foram ditos sobre a boa conservação do medicamento, a observância de seu prazo de validade, a forma de aplicação (subcutânea ou intramuscular), o correto tamanho de agulha, a dosagem, a forma de conter e manejar os animais, ainda temos questões relacionadas à higiene na aplicação, que pode interferir (e muito) nos seus resultados. Por isso, vamos colocar de forma pontual e didática as recomendações para um bom resultado na aplicação dos medicamentos:

  • Sempre observe a validade dos medicamentos. Para minimizar as perdas com validades vencidas, faça um arquivo com todos os medicamentos em estoque com os seus devidos prazos de vencimento e uma fórmula que avisa automaticamente quando cada um está para vencer.
  • Conserve os medicamentos que devem estar na geladeira na temperatura correta (ajuda muito ter uma geladeira exclusiva para eles, o que evita o “abre e fecha” com variação na temperatura). Já os que podem estar em temperatura ambiente devem ser mantidos em locais arejados e protegidos do sol e dos animais.
  • Antes de iniciar a aplicação, certifique-se de ter todos os equipamentos necessários e que eles estejam limpos e faça um teste com as pistolas para verificar a dosagem correta. As pistolas mais usadas nas fazendas são de um modelo pouco confiável em relação à dosagem, fazendo com que, muitas vezes, seja aplicado de 20% a 30% a mais ou a menos da dose recomendada.
  • Utilize agulhas limpas (prefira as descartáveis, mas as de metal podem ser utilizadas, desde que corretamente esterilizadas) e sempre que for repor o medicamento na seringa, faça a troca da agulha (a condição ideal seria trocar a agulha a cada aplicação). Com isso, se reduz praticamente a zero as perdas por abcessos de vacina.
  • Maneje os animais sempre com calma, desde a retirada da pastagem e, mesmo depois, no curral, para evitar estressá-los, diminuindo assim a produção de cortisol, além de facilitar o manejo, e sempre faça a aplicação dos medicamentos com os animais contidos. Além de facilitar a aplicação e possibilitar a certeza de aplicar corretamente na tábua do pescoço (todos os medicamentos devem ser aplicados nessa região), animais contidos se mexem menos e a aplicação ocorre de forma mais tranquila e sem acidentes.
  • Escolha a região mais limpa no pescoço do animal para fazer a aplicação e lembre-se de não colocar as seringas ou pistolas diretamente em contato com o gelo. O “suor” gerado por ele pode entrar em contato com as partes sujas da seringa/pistola e migrar para a ponta da agulha, levando sujeira para o local da aplicação e gerando uma contaminação.

Seguindo esse passo a passo podemos aproveitar melhor os medicamentos, diminuir as perdas relacionadas a eles, reduzir o estresse dos animais e facilitar os manejos, ao mesmo tempo em que garantimos a saúde dos animais e seu melhor desempenho.   


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